quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O Concílio Vaticano II é o 21º na lista dos Concílios Ecumênicos


Percurso histórico dos 20 Concílios anteriores
Mons. Vitaliano Mattioli*

CRATO, quarta-feira, 8 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - No dia 11 de outubro de 2012 celebra-se a abertura do Concílio Vaticano II, o 21º na lista dos Concílios Ecumênicos.

Trata-se de uma oportunidade histórica para lembrar os últimos 20 Concílios Ecumênicos.

Na verdade o primeiro Concílio foi aquele de Jerusalém, citado por S. Lucas nos Atos dos Apóstolos (cap. 15), em torno do ano 50. Chama-se Apostólico porque convocado pelos Apóstolos para resolver algumas questões sobre os judeus convertidos ao cristianismo e a sujeição à lei de Moisés.
Em seguida foram celebrados alguns concílios locais.

Depois da paz de Constantino e do Edito de Milão (na verdade, foi proclamado em Tessalônica), no ano 313, o exercício da nova religião cristã foi reconhecido no Império e a Igreja ganhou a sua liberdade no sentido de que saiu da clandestinidade: de religião não lícita passou a ser reconhecida como religião lícita.

Define-se um Concílio Ecumênico quando não é celebrado por uma Igreja particular, como por exemplo aquele de Elvira (Espanha) no 304, e quando tem a característica de universalidade, quando se convoca todo o Ecúmeno, ou seja os Bispos das várias dioceses. Leva o nome da cidade onde foi celebrado.

I) – Primeiro Concílio de Nicéia (Turquia -19 de Junho a 25 de Julho de 325). Foi convocado pelo "Imperador Constantino para examinar a doutrina de Ário que negava a divindade de Cristo. Este Concílio condenou a doutrina de Ário e definiu o dogma da divindade de Cristo. Formação do Símbolo Niceno (fórmula breve do Credo).

II) – Primeiro Concílio de Constantinopla (Turquia - de maio a Julho de 381). Definiu o dogma da divindade do Espírito Santo. O Espírito Santo é Deus, como o Pai e o Filho. Formação do Símbolo Niceno-Costantinpolitano (fórmula longa do Credo).

III) – Concílio de Éfeso (Turquia - 22 de Junho a 31 de Julho de 431). Contra Nestório, proclamou o dogma de Maria Mãe de Deus, a Teothokos.

IV) – Concílio de Calcedônia (8 de outubro a 1 de novembro de 451). Condenação do monofisismo. Declaração de que em Cristo há duas naturezas (divina e humana), na única pessoa divina.

V) – Segundo Concílio de Constantinopla (Turquia -5 de maio a 2 de Junho de 553). Confirmação das anteriores heresias cristológicas e trinitárias.

VI) – Terceiro Concílio de Constantinopla (Turquia -7 de Novembro de 680 a 16 de Setembro de 681). Condenação do monotelismo. Em Cristo há duas vontades (humana e divina), assim como há duas naturezas, embora sendo uma a pessoa, aquela do Verbo.

VII) – Segundo Concílio de Nicéia (24 de Setembro a 23 de outubro de 787). Sobre a licitude do culto de veneração (e não de adoração) das imagens sagradas, colocando um ponto final na luta iconoclasta. Este segundo Concílio de Nicéia é o último Concílio reconhecido pela Igreja Ortodoxa. O Oriente, com o Concílio de Santa Sofia (879-880) decidiu não reconhecer mais os Concílios celebrados mais tarde pela Igreja de Roma. Esta decisão foi um precedente que levou ao cisma definitivo do 16 de Julho de 1054.

VIII) – Quarto Concílio de Constantinopla (Turquia - 5 de Outubro de 869 a 28 de fevereiro de 870). Tentativa de resolver o cisma do Patriarca Fócio. Confirma-se a licitude do culto às imagens sagradas e o primado do Romano Pontífice.

IX) – Primeiro Concílio de Latrão (Roma - 18 a 27 de marco de 1123). Contra o sistema da investidura leiga. Defende-se o direito da Igreja na eleição e consagração dos Bispos. Também condena-se a simonia.

X) – Segundo Concílio de Latrão (Roma - 4 de abril de 1139). Formularam-se alguns cânones sobre a disciplina do clero.

XI) – Terceiro Concílio de Latrão (Roma, do 5 a 19 de março de 1179). Condenação da heresia cátara; promulgação das leis contra a simonia; estabelecem-se normas e critérios para a eleição papal.

XII) – Quarto Concílio de Latrão (Roma - 11 a 30 de Novembro de 1215). Condenação dos erros trinitários de Joaquim de Fiore. Obrigação mínima da confissão e comunhão pascal. Definição da criação como ato livre de Deus.

XIII) –Primeiro Concílio de Lião (França - 28 de junho a 17 de julho de 1245). Ele reafirma a legitimidade do novo casamento após a morte de um cônjuge. Esclarecimento sobre o purgatório, inferno, céu.

XIV) - Segundo Concílio de Lião (França -7 de maio a 17 de Julho de 1274). Elaborou-se um regulamento para o conclave. Confirma-se a doutrina sobre o Espírito Santo, sobre a sorte das almas depois da morte e sobre o primado do Romano Pontífice.

XV) – Concílio de Viena (França – 16 de outubro de 1311 a 6 de maio de 1312). Supressão da Ordem dos Templários. Sustenta-se que a alma é forma substancial do corpo.

XVI) – Concílio de Constança (Suíça - 5 de Novembro de 1414 a 22 de abril de 1418). Solução do grande cisma do Ocidente. Condenação dos erros de Wicleff e de Huss. Esclarece-se a relação entre o Papa e o Concílio.

XVII) – Concílio de Basiléia, Ferrara, Florença, Roma (Suíça - Itália, 23 de Julho de 1431 a 7 de maio de 1437). Declarações sobre o Espírito Santo, sobre a Eucaristia e sobre os Novíssimos.

XVIII) – V Concílio de Latrão (Roma - 3 de maio de 1512 a 16 de marco de 1517). Declarações sobre a imortalidade da alma e decretos sobre a reforma da Igreja.

XIX) – Concílio de Trento (Itália - Roma – 13 de dezembro de 1545 a 4 de dezembro de 1563). Concílio da Contra-Reforma para corrigir os erros de Lutero e confirmar e esclarecer a doutrina da Igreja na sua totalidade.

XX) – Concílio Vaticano I (8 de dezembro de 1869 a 18 de Julho 1870). Declaração sobre a Doutrina da fé católica contra o liberalismo e o racionalismo. Sobre a estrutura da Igreja. Define-se o Primado do Papa e a sua infalibilidade.

XXI) - Concílio Vaticano II (11 de outubro de 1962 a 7 de dezembro de 1965).

* Mons. Vitaliano Mattioli, nasceu em Roma em 1938, realizou estudos clássicos, filosóficos e jurídicos. Foi professor na Universidade Urbaniana e na Escola Clássica Apollinaire de Roma e Redator da revista "Palestra del Clero". Atualmente é missionário Fidei Donum na diocese de Crato, no Brasil.
[Tradução do Italiano por Thácio Siqueira]

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