O
patriarca Cirilo de Moscou visitou no dia de Natal, em data comemorada segundo
o calendário antigo, a maternidade de uma clínica de Moscou. “Quando, em uma
maternidade, o médico pergunta: ‘Interromperemos a gravidez?’, ele leva a
mulher, através desta pergunta, a proceder a um aborto. Estou convencido de que
se trata de um crime”, disse o patriarca Cirilo, que se dirigia às pacientes e
aos colaboradores da maternidade. “Não é apenas de um crime moral, mas acredito
que se trata também de um crime contra o homem, contra a pessoa. Pois o Senhor
predestinou a mulher a colocar uma criança no mundo. Esta é, pode-se dizer, sua
finalidade principal, sem a qual não poderia existir o gênero humano. E se,
pela nossa vontade perversa, intervimos, usurpamos o plano divino para a
mulher; se nos esforçarmos para modificar este plano, cometeremos um erro
imenso, destruindo a pessoa humana e as relações na sociedade (...). É pelo
número de abortos que se pode julgar o estado moral de uma sociedade. Segundo
estes indicadores, a Rússia, infelizmente, encontra-se à cabeça dessa situação em
meio a outros países”, constatou o patriarca, agradecendo à equipe da
maternidade, porque “nesta instituição, não se leva as futuras mamães a
interromper a gravidez”. “Se em cada maternidade persuade-se a mamãe de que é
necessário fazer com que a criança nasça; que, graças à ciência contemporânea,
os médicos farão de tudo para que a criança venha ao mundo e ajudarão a mamãe a
cuidar da criança, mesmo no caso de a saúde desta apresentar problemas, então,
acredito que o clima moral em nossa sociedade mudará da mesma forma”, continuou
o patriarca. Respondendo às perguntas dos jornalistas após sua visita, o
patriarca Cirilo declarou que havia “aproximadamente 50 abrigos para mulheres
na Federação da Rússia”. As ocupantes destes abrigos são, em parte, jovens
mamães que conseguiram recusar-se a proceder ao aborto, mas que, ao fazê-lo,
encontraram-se em condições difíceis de existência. Nestes abrigos, as mulheres
“podem permanecer por alguns anos. Nestes locais são ajudadas a se inserirem na
vida e recebem assistência financeira. Além disso, abriu-se uma série de centros
de consultas para mulheres grávidas. Se a futura mãe emite desde cedo o desejo
de interromper a gravidez, consultores pertencentes à Igreja começam a
trabalhar com ela. Eles ajudam, na maior parte dos casos, a preservar a vida da
criança. Colaboramos neste domínio com as instituições do Estado e com as
forças sociais, pois consideramos que se trata de uma direção importante de
trabalho. Faremos o nosso melhor para desenvolvê-la”, sublinhou o primado da
igreja ortodoxa russa.
Tradução: William Bottazzini
Original em: http://www.orthodoxie.com/actualites/le-patriarche-cyrille-de-moscou-declare-cest-au-nombre-des-avortements-que-lon-peut-juger-de-letat-moral-de-la-societe/
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