EXTRA ECCLESIAM NULLA SALUS

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Omissões na aula de História


Dando continuidade ao texto “Mentiras na aula de História”, no qual tratamos das terríveis distorções que são moeda corrente nas aulas de História atualmente no que se refere à Idade Média, propomo-nos agora a recuperar fatos que são intencionalmente omitidos.

O período medieval recebeu o ignominioso epíteto de “Idade das Trevas”. Esta teria sido uma época de escuridão intelectual e de ignorância, ambas fomentadas pelo fanatismo da Igreja católica. Para desfazer tamanha asneira, não é necessário recorrer a grandes teorias e sistemas, bastam os dados reais e concretos que aí estão disponíveis para quem quiser ver.

Se a Idade Média foi na verdade um dos períodos mais brilhantes da História, isso se deu graças à mentalidade cristã que a Igreja conseguiu imprimir àquela sociedade.

A ordem de Jesus de que devemos amar ao próximo como a nós mesmos e a moral do bom samaritano foram colocadas em prática em toda a extensão da Cristandade. Foi durante a Idade Média que se pôs termo à escravidão, prática comum no mundo antigo. Foi também neste período que ocorreu o resgate da mulher, pois no mundo antigo as mulheres eram relegadas à mera procriação, sendo que os homens dispunham inclusive de suas vidas. Antes do cristianismo e da Igreja, as poucas mulheres que conseguiram algum destaque apenas o conseguiram devido à imoralidade. Foi a imoralidade que fez a fama das mulheres no mundo greco-romano, como são os casos de Cleópatra, Safo, Agripina e Messalina. Com o cristianismo o homem é convidado a amar a mulher como a si mesmo e dentro de uma sociedade cristã as mulheres se tornam pudicas e virtuosas. Em muitas situações elas ocupam o primeiro plano e servem de grandes modelos para gerações inteiras: Joana d’Arc, Clotilde, Teresa d’Ávila, Catarina de Sena, Mônica e tantas outras que figuram nos altares de nossa Igreja como exemplos esplendorosos. A igreja reconhece o casamento como um sacramento e protege a instituição familiar, verdadeira célula da sociedade, contra todos os abusos.

Também o cuidado com o fraco foi obra da Igreja. É na Idade Média que surgem os hospitais para cuidar (gratuitamente!) de todos os enfermos. As crianças que perderam seus pais encontram um doce abrigo nos orfanatos mantidos pelos bispos e por outras almas piedosas. Todos que quisessem podiam ter acesso à educação nas escolas (outra invenção medieval) catedráticas ou monásticas. As caixas comuns que serão o socorro de muitos que não puderem trabalhar e serão a grande ajuda na velhice, também datam desta época. Na Idade Média o fraco e o pequeno têm direitos! E por falar em direitos, como não reconhecer a importância da Igreja para o estudo das leis? O alvorecer majestático das ciências jurídicas é outro fruto medieval.

Não diz o livro da Sabedoria que Deus dispôs tudo com “com medida, quantidade e peso” (cf. Sab. 11:20)? Pois bem, então o mundo não é um caos é pode ser estudado e racionalmente compreendido. É esta mentalidade que faz surgir o estudo da ciência e com ele aquilo que foi glória desta época de “ignorância”: o surgimento das universidades. Quanta sabedoria data da época medieval: Agostinho de Hipona (que, embora vivesse antes da queda de Roma, exercera uma influência enorme na Idade Média), Tomás de Aquino, Isidoro de Sevilha, Alberto Magno, Boaventura, Bernardo de Claraval, Anselmo da Cantuária e toda uma plêiade de intelectuais jamais igualada em nenhuma outra época!

Enquanto em nossa sociedade “avançada” proliferam os estádios e as arenas de luta (o que nos lembra muito a Roma decadente), a Idade Média viu florescer em seus jardins catedrais e universidades, que ainda hoje fazem a glória de uma Europa que se esqueceu de suas origens medievais. Tudo isso por causa da Igreja.

As línguas faladas hoje na Europa, as artes, a música e tudo aquilo que mais toca a nossa alma tem uma profunda raiz medieval.

Mesmo que se omitam nas nossas escolas todas essas informações, a Idade Média será sempre a Idade da Luz!

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